sexta-feira, 12 de março de 2010

Quando o sol bater na janela

O inverno não cessa. Depois do outono mais quente desde 1900, Paris experimenta o frio mais rigoroso dos últimos 35 anos. Falava-se que essa mais recente queda de temperatura seria a última antes da primavera. Mas já se vão dez dias, e nada. O tempo gélido parece ter estacionado por aqui.

Parte da própria natureza já demonstra que não aguenta mais esperar pelo sol e pelo calor. As árvores, como numa alegria contida de quem aguarda o Carnaval chegar, já estão com os adereços pendurados: botões, brotos, tudo querendo desabrochar. Mas o vento que sopra sobre o relógio do tempo avisa que ainda não é hora, que se deve esperar.

Tem nada, não. O 21 de março já está se avizinhando. E quando o mercúrio começar a subir, a vida vai arrebentar por todos os lados numa profusão desordenada de cores, conclamando toda a gente para a rua. A primavera, para mim, tem cara de música de Chico Buarque. É A banda. O inverno, também. Ressoa a Apesar de você.

4 comentários:

Gisele disse...

Bela descriçao Alberto ! a gente sente nas ruas que as pessoas ja cansaram deste inverno. Todos estao um pouco rudes e ansiosos no metro. Tenho escutado comentarios do tipo "nao aguento mais sair de manteau". Eu também nao vejo a hora desse frio se mandar. E enquanto ele nao parte, quem parte sou eu, pro Brasil por 3 semanas !

Alberto Lima disse...

Oi, Gisele, sorte sua, e duplamente: vai trocar o frio pelo calor e, quando voltar, deixará o Brasil no outono-inverno para cair aqui na primavera. Aproveite!

Jornalismo Independente disse...

Eita. Dia 21 é dia de João Paes, aniversário do velho! Em outubro pelo os Pirineus, na entrada do outono. Vamos nessa mago?

Anamaria disse...

Deus te ouça, Alberto! Já não tenho espaço para guardar a longa espera pela Primavera.
Beijo.