quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Barato auditivo


Nem fumar, nem cheirar, nem beber. A onda agora é consumir droga pelos ouvidos. O negócio começou nos Estados Unidos e, aqui na França, chegou cheio de adeptos.


As e-drugs são umas misturas de frequências sonoras, com duração entre 15 e 30 minutos, que você compra pela Internet pra ficar chapado.

O preço mínimo é de 10 dólares. Mas algumas mais pesadas chegam a custar 200 georgewashingtons.

Elas são legais. Ainda. Trazem embutidos batimentos bineurais, fenômeno neurológico cujos efeitos psicológicos são altamente controversos.

Você baixa a música, apaga as luzes do quarto, deita, fecha os olhos (dica importantíssima) e põe o negócio pra rodar.

Há para todos os gostos, de todos os tipos: maconha, ópio, euforia, orgasmo.

O modelo "Mão de Deus" é apontado como um dos melhores. Custa 199 dólares e, segundo os depoimentos dos usuários, promove uma saída do corpo, com direito a viagem astral.

Sobre o do orgasmo, um utilizador comentou na página onde se compram as e-drugs: "No começo, eu não senti nada. Mas, ao fim de dois minutos, notei que meu soldadinho estava em posição de guarda".

Eu achava que transformar música em drogas era coisa só de dupla sertaneja e grupo de pagode. Mas o admirável mundo novo de Aldous Huxley está em cena para provar o contrário.

Sou da moda antiga. Fico com a cerveja.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

O que foi dito


"Só no Ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma?"

Maitê Proença, atriz


"Homi, num abra a boca pra falar merda, não! Triste da mãe que tem um filho que faz da boca cu."

Jessier Quirino, poeta paraibano

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Viramos grife


Ser Brasil está na moda. Além do orgulho próprio dos brasileiros de andar pelo exterior portando camisas da seleção, em que pese os tempos de pífio desempenho, é considerável o número de não-brasileiros usando algo que lembre nosso país.

Em lojas de esporte e até de souvenir pela Europa, creiam, há camisas de Robinho, de Kaká (cuja pronúncia, em francês, quer dizer cocô) e de Ronaldo (Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem). Nos supermercados, são destaque os produtos com origem brasileira, como os sucos feitos com laranja do Brasil.

Encontrei nas praias do sul uma francesa de uns 19 anos com biquíni em estampa da nossa bandeira. À pergunta da Carol se era brasileira, ela respondeu com um sorriso desolado: "Non, malheureusement non". Não tinha qualquer laço que a unisse a terras exóticas e tropicais além do da simpatia.

Outro dia, vi em Praga um sujeito eslavo com uns sapatos todos desenhados também com a nossa flâmula. Eram tão rudimentares, os calçados e o seu proprietário, que acredito que o porra-louca os comprou em uma grife ecológica-sem-recursos dessas que pipocam por aí ou ele mesmo os produziu no quintal de casa.

Em suma, já somos uma espécie de marca.

Fulguras, ó Brasil, fodão da América!