sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pelejar e JC Online




Viro os olhos ao relógio e vejo que, daqui de Paris, estou cinco horas à frente do horário oficial do Brasil. Já vivo a madrugada do sábado, enquanto o meu país ainda respira a noite da sexta.

Viro, então, os olhos para a barra que pousei a partir de agora sobre o topo do Pelejar e vejo também que, daqui de Paris, estou anos luz à frente na informação.

Isso porque o Pelejar virou parceiro do JC Online, o maior site de notícias do Nordeste. Para mim, que vivi alguns dos melhores momentos da minha vida trabalhando no JC, é uma sensação de voltar pro aconchego do lar.

Obrigado por toda a viabilização do projeto promovida pela editora do portal, Benira Maia, e pelo apoio técnico do seu supervisor de desenvolvimento, Italo Simões.

Como diria Chico Buarque, em Alô, Liberdade, "bom dia, alegria, a minha companhia vai cantar". E no JC Online.

Percepções próprias e alheias


Imagem é sempre um negócio controverso. Uma pesquisa divulgada esta semana revela como os parisienses veem a si mesmos. E como os não-parisienses os veem.

É engraçado de se ver.

A elegância é a primeira qualidade destacada pelos daqui: 34% dos parisienses se acreditam assim. Eles se acham também cultos (25%) e abertos (14%). Entre as virtudes, eles reconhecem que quase não têm consciência ecológica (1%).

Quando a conversa é defeito, 23% deles se consideram pretensiosos (pra quem se julga elegante e culto, é justo) e outros 23% estressados. Mas a fama de grosseiro (15%) e brigalhão (14%) também é assumida pela turma. Interessante é notar que apenas 2% enxergam chauvismo como falha própria. Vai pensando...

Para os não-parisienses, as principais qualidades dos nascidos em Paris são as mesmas vistas por eles: ou seja, elegância e cultura. Mas, no tema defeito, a acusação de pretensioso ganha disparado em comparação com a auto-imagem parisiense, com 42% dos votos, seguida de grosseria (14%) e esnobismo (13%).

Um espelho levantado nem sempre dá os mesmos resultados que percepções alheias.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Baseado em fatos reais


Já está à venda aqui na França, pela Internet, um teste de urina que mede o nível de maconha encontrado no sujeito.

Esse Narcocheck, comprado com 8,90 euros, tem feito a cabeça dos pais que querem saber como anda a vida dos filhos. Você pega o medidor, põe na urina e ele mostra o índice de tetrahidrocannabinol (THC) existente ali: 25 nanogramas, seu filho dá uns tapas muito de vez em quando; 50 nanogramas, seu filho dá uns tapas não tão de vez em quando assim; 150 nanogramas, seu filho é maconheiro.

O equipamento deixa registrado, desde a primeira utilização, o nível de THC encontrado na urina, o que permite aos pais irem fazendo avaliações futuras e acompanhando a evolução.

Os resultados são vendidos como donos de uma margem de 98% de acerto. Mas muitos médicos e psicólogos ainda não estão convencidos da confiabilidade do produto. E questionam mesmo o papel a que os pais querem se submeter: o de educadores ou o de policiais.

Por outro lado, a empresa responsável atesta que grande parte dos consumidores do Narcocheck são pessoas com menos de 35 anos. É gente curiosa em saber a quantas anda no corpo a cannabis tragada.

O melhor roteiro. Às vezes


A França conseguiu manter, em 2009, a fama de destino mais procurado em todo o mundo. Recebeu, no ano passado, 74 milhões de turistas. No entanto, a frequência na rede hoteleira caiu em quase 5% em relação a 2008. Os praticantes do camping, por outro lado, aumentaram em 4,1%.

E isso é estatística apenas dos que conseguiram entrar. Muita gente continua sendo tangida de volta pra casa direto dos aeroportos. Só de brasileiros, são de cinco a oito por dia. Em alguns casos, submetidos a constrangimentos que são violações flagrantes de direitos humanos, principalmente ocorridas no Charles de Gaulle.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Vilania cardinal


O cardeal Tarcisio Bertone, do ápice da sua sabedoria purpural, sentenciou que a questão da pedofilia está ligada ao homossexualismo, não ao celibato.

Só para entender melhor o raciocínio barroco desse príncipe da igreja, quer dizer que:

a) quem molesta criança é gay;
b) dessa forma, pelo menos até onde alcançam os conhecimentos do conselheiro do trono de Pedro, só há casos de pedofilia envolvendo crianças e adultos do mesmo sexo;
c) não existem no mundo, a seu ver, histórias de meninas molestadas por homens, por exemplo (Dom José Cardoso Sobrinho precisa contar a ele como se excomunga uma vadiazinha dessas);
d) inexistem, também, celibatários pedófilos;
e) os padres que violentaram milhares de crianças mundo afora, em sendo pedófilos, são gays, no entendimento da eminência purpúrea;
f) logo, se recusarem o entendimento de que são homossexuais, esses padres não poderão tampouco serem acusados de pedofilia porque só os gays são pedófilos;
g) em suma, a construção do digníssimo eclesiástico leva a que os criminosos de batina, não podendo negar a condição de celibatários, refutem a de homossexualismo e, com isso, livrem-se, pelos tortos caminhos armados na Santa Sé, da cruz da pedofilia.

O cardeal Bertone acredita que somos todos crianças.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O que foi dito


"De um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência do país."

Joaquim Nabuco - Minha formação

domingo, 11 de abril de 2010

Analorgias bucais


A campanha publicitária da organização "Direito dos não-fumantes" na França compara a situação que vive um fumante passivo à mesma que vive um sujeito submetido à felação forçada. Se o exemplo é bom, não sei. Mas passei a estranhar quem fuma perto de mim.

Primavera é isso




Que enfim, nosso amor
Também pode ter seu valor
Também é um tipo de flor
Que nem outro tipo de flor

Dum tipo que tem
Que não deve nada a ninguém
Que dá mais que maria-sem-vergonha


Amor barato - Chico Buarque