terça-feira, 13 de abril de 2010

Vilania cardinal


O cardeal Tarcisio Bertone, do ápice da sua sabedoria purpural, sentenciou que a questão da pedofilia está ligada ao homossexualismo, não ao celibato.

Só para entender melhor o raciocínio barroco desse príncipe da igreja, quer dizer que:

a) quem molesta criança é gay;
b) dessa forma, pelo menos até onde alcançam os conhecimentos do conselheiro do trono de Pedro, só há casos de pedofilia envolvendo crianças e adultos do mesmo sexo;
c) não existem no mundo, a seu ver, histórias de meninas molestadas por homens, por exemplo (Dom José Cardoso Sobrinho precisa contar a ele como se excomunga uma vadiazinha dessas);
d) inexistem, também, celibatários pedófilos;
e) os padres que violentaram milhares de crianças mundo afora, em sendo pedófilos, são gays, no entendimento da eminência purpúrea;
f) logo, se recusarem o entendimento de que são homossexuais, esses padres não poderão tampouco serem acusados de pedofilia porque só os gays são pedófilos;
g) em suma, a construção do digníssimo eclesiástico leva a que os criminosos de batina, não podendo negar a condição de celibatários, refutem a de homossexualismo e, com isso, livrem-se, pelos tortos caminhos armados na Santa Sé, da cruz da pedofilia.

O cardeal Bertone acredita que somos todos crianças.

2 comentários:

Inácio França disse...

Bola dentro, Alberto.

essa moçada da batina morre de saudades do tempo da Santa Inquisição, quando a fogueira era o destino das crianças que resistiam a uma bolinação.

Artur Lins disse...

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