Derrota, que derrota?

Um tsunami político pode varrer a França domingo que vem, segundo turno das eleições regionais. Se forem confirmadas as preferências do eleitorado pela coalizão entre a esquerda e os verdes, o partido governista, cujo resultado foi péssimo já no primeiro turno, levará uma imensa surra nas urnas.

Os aliados demonstram uma insatisfação profunda com a condução do jogo político pelo presidente Sarkozy. Acham que a abertura midiática que ele tentou à esquerda acabou com a direita e tornou-a descaracterizada perante o eleitor. Pior que isso, creem que Sarkozy anda alheio ao quadro caótico do próprio partido e à tragédia que se avizinha.

Logo após a derrota do dia 14, um deputado governista confessou à imprensa, na saída de uma reunião com o presidente: "Estamos no país dos ursinhos carinhosos", disse, acusando Sarkozy de estar andando sobre nuvens.

Outro parlamentar questionado, também ao fim da mesma reunião, sobre qual era a avaliação do presidente acerca da derrota eleitoral, saiu-se com essa resposta: "Tudo vai muito bem, senhora Marquesa", disparou, ironizando a alienação própria da realeza, que levou à degola de tantas cabeças por aqui.

É esperar pra ver.