segunda-feira, 10 de maio de 2010

Os sujos e os mal lavados


Achei que tinha ido dormir tarde quando desliguei o computador à 1h30 desta segunda-feira. Mas os ministros da Economia dos 27 países europeus foram dormir mais tarde ainda. Só encerraram a reunião sobre a crise na Zona Euro às 3h. Não sem razão. Eles têm mais problemas pra fechar as contas do que eu com meu cheque especial.

Do encontro em Bruxelas terminado há pouco, saiu a decisão de criar um fundo de até 750 bilhões de euros para socorrer países da União Europeia em dificuldades. O negócio é tentar reparar o mais rapidamente possível o estrago em marcha, a que se demorou tanto a reagir. Começou pela Grécia e já engolfa Portugal e Espanha, aos quais já está sendo exigida a apresentação de sérias medidas de "austeridade".

Daí uma reunião tão exaustiva, com tantas consultas, vaivéns, troca de telefonemas entre os ministros e suas capitais, para que se arrumasse uma resposta forte a se dar ao mercado antes mesmo que as bolsas abrissem nesta segunda-feira. Tóquio começou o dia com uma leve respirada. A ver como andarão as da Europa e as dos Estados Unidos.

O problema maior é que grande parte dos fiadores desse acordão, como França e Reino Unido, não estão em situação tão mais confortável do que os colegas em dificuldades. É aquela coisa: o sujeito está cheio de dívidas, não tem dinheiro, mas, como goza de melhor prestígio, arruma algum emprestado na praça com o crédito que tem para repassar a terceiros a juros mais altos. No fim, ainda espera sair com uns trocados no bolso por essa operação.

Mas, se rolar calote de algum lado, já sentiu, né? Corre porque a quebradeira será geral.

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