O tributo seria aplicado à indústria, como forma de forçar a redução de emissão de CO2 pelo setor. Era a menina dos olhos, carro-chefe do governo na área ecológica, compromisso programático da campanha de Sarkozy, a ponto de ele ter dito, em setembro do ano passado, que "se não a fazemos, não seremos honestos".
O projeto gozava de antipatia geral. Os empresários foram, obviamente, contra, e mesmo a esquerda considerava-o ecologicamente ineficaz e socialmente injusto. Ele veio ruim ao mundo e, já em dezembro, foi reprovado pelo Conselho Constitucional. Mas, como era questão de honra, o governo se dizia empenhado em remodelar o projeto e meter a taxa carbono em operação a partir de julho.
A notícia desta tarde, que traz a grotesca justificativa de que "ou ela será europeia ou não será" e que não se pode impor à indústria francesa uma carga que prejudicará a sua competitividade em relação à dos outros países da UE (parece que os sarkozystas só notaram agora que estão na Europa), desestabilizou até mesmo integrantes do governo.
Pega de surpresa, a Secretária Nacional de Ecologia, Chantal Jouanno, se declarou "desesperada com o recuo". Há quem aposte que é a próxima a pegar o chapéu e deixar a equipe. O clima lá dentro ficou muito quente pra ela.
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